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LUGARES SEM NOME #01

Esta é a primeira edição deste projecto na qual foi feito um convite para o bairro de Palma - Lisboa (Portugal). Este resultou num conjunto de registos fotográficos, com a colaboração de várias pessoas de fora do bairro, que se materializaram não só numa publicação como numa exposição, concretizada numa casa particular do bairro (como podem ver nas imagens publicadas). Foram feitas entrevistas aos habitantes do bairro e captados vídeos da vivência dos mesmos. Os postais documentam a variedade de 'cenários' que se podem encontrar neste bairro.
CONVITE

Depois de compreender um pouco a cidade e a relação que existe entre as pessoas nesse espaço comum, este projecto terá como principal objectivo explorar essas mesmas vivências. O projecto focar-se-á nas relações entre as pessoas e os espaços que estão, aparentemente, escondidos na cidade, os lugares por onde passamos quotidianamente sem repararmos neles, aqueles que estão invisíveis por estarem ‘tapados’ por prédios ou outro tipo de construção, os que cada vez têm menos condições e menos gente para os habitar.
Neste sentido, e especificamente, será feita uma publicação periódica onde, em cada uma, será referido um desses espaços invisíveis das grandes cidades. Nesta publicação, 'Lugares sem nome', será feito um convite. Um convite feito pelos de ‘dentro’ para os de ‘fora’ desse lugar. Isto é, das pessoas que habitam e vivem esses espaços, para as pessoas que vivem na cidade e não os conhecem. Este ‘convite’ será um postal com a presença dos habitantes desse espaço, onde serão referidas algumas peripécias das vivências naquele espaço (visuais e/ou escritas). As imagens desses mesmos postais serão representativas não só do espaço, mas das próprias pessoas que o habitam.
O objectivo será fazer com que esse espaço não seja esquecido e que não perca a sua própria identidade, ou, por outro lado, incentivar a criação de uma identidade.
LUGARES SEM NOME

Os territórios, as cidades ou outros lugares habitáveis foram e são contruídos por nós (nós como habitantes ou intervenientes de um determinado espaço). Ironicamente, ou não, a nossa vivência está determinada e condicionada pelo próprio lugar. Não só a nossa vivência mas a nossa identidade acaba por se adaptar e moldar no lugar que quotidianamente vamos vivendo e interagindo. Acabamos por agir e 'ser' consoante o que o lugar nos oferece.
Consequentemente as nossas necessidades (consumistas ou não) também acompanham as necessidades e os recursos do lugar que é vivido, quase podemos dizer que as nossas necessidades são as que o lugar nos 'obriga' a ter. Algo que é necessário/consumido de uma forma quase exagerada num determinado lugar, noutro poderá ser completamente desnecessário e/ou em muitos casos inacessível.
Este trabalho, ou reflexão crítica, terá como principal mote a exploração da relação entre as pessoas e o espaço vivido/habitado, isto é, a vivência das pessoas num determinado lugar.
Este forcar-se-á em espaços esquecidos e/ou abandonados dentro das grandes cidades.
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Quando uma coisa não tem nome é porque não a conhecemos.
Nuno Portas, citado em Cidades sem Nome, de Fernanda Câncio